DISCURSO DE LANÇAMENTO DA CAMPANHA DA CHAPA 86

Meus Amigos,

Queria iniciar agradecendo a presença de vocês. A Universidade está vazia e este auditório está cheio. Isso me enche de alegria e ânimo para entrar, com muita garra, neste processo eleitoral.

A nossa chapa é diferente! Com todo respeito aos colegas das outras nove chapas, a nossa é particular.

Foi particular na sua formação. Nasceu de um movimento apartidário, inicialmente formado por professores onde foram se agregando técnicos e estudantes para discutir princípios. Havia uma insatisfação muito grande com os rumos da nossa universidade. As primeiras reuniões eram quase “terapias de grupo”. Todos reclamando da dificuldade de trabalhar na Universidade de Brasília.

É preciso, então, fazer um agradecimento especial ao professor Jaime Santana, aqui do IB, que coordenou este processo tentando conter a natural ansiedade e a diversidade de pensamento de cada um de nós.

O movimento era muito forte e tinha uma “cara” muito bem definida. Professores, muitos deles atuais diretores de Institutos e Faculdades, preocupados com a dificuldade da gestão. Técnicos experientes que já viram que a universidade pode funcionar de uma forma diferente. Técnicos que acabaram de chegar a UnB e não conseguiam desenvolver o seu potencial de trabalho. Muitos estudantes preocupados com questões simples: como a limpeza e a manutenção dos banheiros, a presença do professor na sala de aula, e ainda, com questões mais complexas, como a qualidade da infra-estrutura e a garantia da segurança.

Eu tive a honra e o privilégio de ser convidado, por esse movimento, para encabeçar essa chapa. Desafio irrecusável! Desafio diferente do que estamos acostumados a fazer. Não fomos treinados para fazer política. Os professores deste movimento estão acostumados à sala de aula, aos laboratórios e aos projetos de pesquisa.

Esta, talvez, seja a maior diferença da nossa chapa em relação às outras. Os outros candidatos ou estão ligados à atual gestão, ou são lideranças do movimento sindical ou de algum partido político.

O nosso grupo tem o maior respeito tanto ao movimento sindical quanto aos partidos políticos. No entanto, concorda com Darcy Ribeiro que dizia que “a gestão da UnB tem que ser apartidária”. O indispensável papel do sindicato é, necessariamente, diferente do papel do gestor. É fundamental que o SINTFUB, que a ADUnB e que o DCE mantenham a sua independência e o seu poder de pressão seja qual for o resultado deste processo eleitoral.

Aí, fizemos o nosso manifesto. Fizemos juntos. Escrevemos juntos. Temos também que agradecer ao professor Carlos Alberto, experiente colega da FACE, por ter conseguido traduzir num texto o nosso sentimento. O movimento cresceu e passou a ser conhecido por toda comunidade acadêmica.

Neste manifesto definimos os grandes eixos da nossa chapa: excelência acadêmica e compromisso com a sociedade.

A excelência acadêmica é óbvia e deve estar nos programas de todas as chapas. É o que todos esperam de uma universidade.

Já o compromisso com a sociedade nos diferencia. Estamos sinalizando que estamos preocupados com quem paga o ensino superior gratuito das universidades brasileiras.

Estamos sinalizando, também, que não temos compromisso com nenhum partido político. A universidade tem que ter espaço para todos. A universidade é o espaço da diversidade. Aqui, pensar diferente é bom! Não há inovação se não houver questionamento.

Finalmente, estamos sinalizando que o nosso compromisso é institucional. Se o nosso compromisso é com a sociedade, não há espaço para demandas corporativas nem dos estudantes, nem dos técnicos, nem dos professores. Citando o ex-reitor e agora Senador Cristóvam Buarque, as eleições paritárias devem “debater a instituição e não interesses corporativos de cada grupo”.

Acreditamos que seremos capazes de promover as mudanças que a UnB precisa. Precisamos de uma gestão mais eficaz. Precisamos de uma gestão capaz de unir a comunidade acadêmica.

Para isso, temos um trunfo. Eu preciso agradecer muito à professora Sônia por aceitar fazer parte desta chapa. Todos aqui conhecem a competência e a capacidade de trabalho da Sônia. Ela sintetiza a “cara” da nossa chapa. Uma produção acadêmica invejável, o respeito dos servidores, o reconhecimento dos seus estudantes e a admiração dos colegas professores.

Finalmente, para não me alongar muito neste dia de festa, eu queria agradecer à minha família. Estão quase todos presentes aqui neste auditório. Minha mulher, Gisele, muito mais política do que eu, e que tem estado junto comigo em todas as batalhas nestes últimos trinta e tantos anos. Minha filha, Laura, estudante de arquitetura. Meu filho Felipe, calouro da engenharia. Não puderam vir nem a minha filha Natalie, estudante de medicina, nem o meu neto João, que ainda não é aluno da UnB, mas é em quem estamos pensando ao assumir este desafio. Espero que, daqui a 18 anos, ele se orgulhe tanto de ter entrado na UnB quanto eu me orgulhei quando entrei em 1978.

Vamos todos mostrar à comunidade as nossas propostas. Tenho certeza que vamos saber escolher a melhor chapa para a nossa querida UnB.

Vamos trabalhar juntos e vamos ganhar!

Muito obrigadoImagem

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