Comentário do Professor Carlos Alberto Torres

Prezado(a)s,

Na segunda-feira, dia 14/05/12, foi lançado na UnB o manifesto do movimento “Eu sou UnB. UnB somos nós”, cujo texto integral reproduzo abaixo.

Este manifesto, do qual eu sou um dos seus subscritores, e que foi distribuído impresso amplamente em nossa comunidade com a lista dos seus subscritores iniciais, tomo a liberdade de colocar agora na lista de discussão da ADUnB, entidade da qual me orgulho de ter sido um dos seus fundadores, e feito parte de sua primeira diretoria, a de fundação.

Gratifica-me perceber a grande receptividade com que o manifesto foi recebido na comunidade, particularmente quando expressa o compromisso, e o seu sonho, de unir a nossa comunidade em torno de dois valores fundamentais:excelência acadêmica e compromisso com a sociedade. E que acredita poder chegar a isso, fiel ao seu projeto de fundação, por meio de uma “…politização generosa, acadêmica, destemida, inovadora, de compromisso com o desenvolvimento e com a solução dos mais candentes problemas nacionais”. O manifesto expressa, ainda, a sua oposição ao “…atual tipo de politização marcado pela atuação de grupos que tentam aprisionar os destinos da UnB aos seus interesses ou visões partidárias, ou que meramente se digladiam sem princípios na luta pelo poder”.

Certamente, pelo visto, alguns se incomodaram com essa formulação e buscam distorcê-la. Mas, está aberto o debate, que espero seja frontal como é o manifesto. Espero, também, que seja honesto e respeitoso, porque, além dos interesses de grupos, está em jogo o destino da UnB.

Atenciosamente,

Carlos Alberto Torres

 

Manifesto à Comunidade UnB

Nós, abaixo assinados, decidimos trazer as seguintes reflexões que balizam o lançamento do movimento “Eu sou UnB. UnB somos nós”:

Precisamos de um novo tipo de administração para a UnB, capaz de unir a nossa comunidade de docentes, técnico-administrativos e estudantes em torno de dois valores fundamentais: excelência acadêmica e compromisso com a sociedade.

A crise da UnB corresponde, sobretudo, à de uma comunidade dividida e politizada à margem desses valores fundamentais. Esta é a principal razão que a impede de dedicar-se com eficácia à sua missão.

Orgulhamo-nos da nossa história e dos valores democráticos do projeto de fundação da UnB que caracterizam uma politização generosa, acadêmica, destemida, inovadora, de compromisso com o desenvolvimento e com a solução dos mais candentes problemas nacionais. Mas é preciso deixar claro: somos contrários ao atual tipo de politização marcado pela atuação de grupos que tentam aprisionar os destinos da UnB aos seus interesses ou visões partidárias, ou que meramente se digladiam sem princípios na luta pelo poder.

Precisamos de uma nova administração capaz de restaurar e praticar uma nova política baseada em valores acadêmicos, na tolerância e na ética. A Universidade deve ser o local do respeito à diversidade e à pluralidade, estando a serviço do conhecimento e da sociedade. Sim, queremos fazer da UnB a melhor Universidade do Brasil e incluí-la entre as mais respeitadas do mundo. Esta construção não pode mais sofrer adiamentos.

Mas, é necessário dizer: a atual administração, eleita em um momento de profunda crise na UnB, frustrou as expectativas da comunidade. Porque, sem conseguir romper com a lógica de grupos, não pôde mobilizar as imensas energias criadoras da Instituição para enfrentar os seus problemas. Em consequência, tem falhado em manter o nível de excelência acadêmica e em conduzir uma gestão à altura das necessidades exigidas pela expansão da Universidade para cumprir a sua missão.

Julgamos que, para alcançar a excelência acadêmica e oferecer resultados para a sociedade, o esforço principal da próxima administração deverá ser a gestão. Uma gestão baseada em valores e em resultados acadêmicos e que, ao mesmo tempo, privilegie o mérito, a eficiência no uso dos recursos e um ambiente propício à troca de ideias e à liberdade de criação.

Se você anseia por uma mudança de rumos balizada por esses valores, nós o convidamos a participar desse movimento de renovação.

Traga suas ideias e contribuições!

Junte-se a nós!

 

Brasília, 14 de maio de 2012,

Carta do Reitor

Brasília, 18 de maio de 2012

Caríssima(o)s colegas,

Começa, agora, na UnB, uma temporada de exaltadas declarações e de grandes manifestos para noticiar a emergência de novos movimentos que pretendem resgatar a UnB para a realização de seu grande destino e para os seus compromissos com a sociedade.

Qualidade acadêmica, tolerância, apoliticismo, institucionalidade, ética serão a pedra de toque da retórica de autopercepção de muitos que virão a se proclamar os legítimos portadores destas e de outras virtudes.

Será um tempo de discursos unívocos, enunciados num mesmo diapasão. Todos se rejubilarão na defesa atual dos mesmos valores, dos mesmos princípios, dos mesmos ideais, em defesa da qualidade, da boa gestão, enfim, da tolerância, do repúdio ao partidarismo, de uma institucionalidade sem contradições.

Neste momento, vale lembrar a advertência do filósofo Merleau-Ponty aludindo a um tempo em que os protagonistas de dissensos viscerais passados procuravam o disfarce dos discursos homogêneos ocultadores das diferenças do presente: “todos lutam em nome dos mesmos valores, a liberdade, a justiça; o que distingue é a espécie de pessoas para quem se pede justiça e liberdade, a espécie de pessoas com quem nos entendemos para nos associar, para fazer sociedade”.

No argumento de Merleau-Ponty, isso significa marcar posição, tomar partido, não se deixar confundir numa identidade de contrários. Em nosso contexto, isso significa aferir nossa prática objetiva para a construção de nossa universidade e para estabelecer os compromissos que isso representa. Para além dos discursos, avaliando as ações concretas. Com quem nos associamos e o que realizamos com essas alianças.

Um abraço, José Geraldo

Pleito que escolherá o novo reitor da UnB começa a mobilizar meio acadêmico – Cidades DF – Correio Braziliense

Pleito que escolherá o novo reitor da UnB começa a mobilizar meio acadêmico – Cidades DF – Correio Braziliense.

Apesar de marcado para o início do segundo semestre letivo, o pleito que escolherá o novo reitor da Universidade de Brasília começa a mobilizar o meio acadêmico. Grupo de professores de oposição, entre eles diretores de institutos, já lançou candidato

Lançamento do Manifesto UnB Somos Nós

Movimento Eu sou UnB, UnB Somos Nós

As eleições que vão escolher o próximo reitor da Universidade de Brasília (UnB) ainda não têm data marcada, mas a disputa começou a se intensificar. Ontem, um grupo de professores, que inclui diretores de importantes institutos, lançou um manifesto à comunidade universitária. No documento, que já circula pela internet, os docentes anunciaram a candidatura do professor de engenharia elétrica Ivan Camargo. O manifesto inclui os nomes de 50 docentes, alunos e servidores. Mas o grupo deve ser alvo de uma forte oposição dos sindicatos que representam funcionários e estudantes, já que defende mudanças para garantir a retomada das regras eleitorais que preveem peso maior para o voto dos professores.

O movimento liderado por Ivan Camargo ganhou o nome de Eu sou UnB, UnB somos nós. Os principais integrantes são a diretora do Instituto de Biologia, Sônia Bao; a diretora do Instituto de Ciência Política, Marilde Loiola; o diretor da Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Ciência da Informação e Documentação (Face), Tomás de Aquino Guimarães; e o professor Carlos Alberto Torres, também da Face. Os integrantes do grupo se reúnem há cinco meses e os encontros se intensificaram com a proximidade do pleito. As eleições devem ser realizadas no início do segundo semestre letivo.

Os integrantes do Eu sou UnB, UnB somos nós fazem críticas à atual gestão e propõem mudanças, especialmente com relação à gestão da instituição. O mandato do professor de direito José Geraldo de Sousa Junior, eleito em 2008, acaba em 18 de novembro. “Nosso compromisso é com a excelência acadêmica. A UnB precisa de uma administração mais pragmática e eficiente. É necessário discutir com urgência formas de simplificar os processos, que, atualmente, são lentos e burocráticos. Os professores não têm tempo a perder”, afirma o candidato Ivan Camargo. “Há meses, estamos discutindo uma nova proposta para a universidade, mas decidimos lançar o manifesto agora para mostrar que esse movimento tem cara, não é anônimo”, acrescenta Ivan.

A diretora do Instituto de Biologia, Sônia Bao, faz coro às reivindicações de Ivan. Segundo ela, a proposta não é burlar os trâmites legais para acelerar os processos, como os relativos à compra de material. “Só queremos que as coisas sejam mais ágeis. Os processos têm que passar pelo jurídico, pela área de compras, só defendemos que eles não fiquem três, quatro meses parados em um mesmo setor”, justifica.

Uma das principais propostas do manifesto é o fortalecimento das fundações de apoio, já que a maioria foi descredenciada depois da crise de 2008, que culminou com a renúncia do então reitor, Timothy Mulholland. “A UnB precisa urgentemente resgatar a eficiência das fundações de pesquisa. Sem instituições que administrem de forma clara e transparente, muitos recursos acabam perdidos. Só de fundos setoriais, por exemplo, há R$ 20 milhões para pesquisa este ano, mas sem as fundações fica muito difícil executar os projetos”, acrescenta Sônia Bao. Ivan Camargo defende um aprimoramento dos mecanismos de fiscalização e controle.

“O dinheiro que entra vira recurso público. Cada centavo tem que ser aberto para a sociedade”, comenta o candidato e professor de engenharia.
O diretor da Face, Tomás de Aquino Guimarães, lembra outro desafio que a próxima gestão terá que enfrentar. “Há um deficit de pelo menos R$ 72 milhões. Pelo menos esse é o valor declarado”, comenta. Para o professor Carlos Alberto Torres, é preciso unir os diferentes grupos da Universidade de Brasília. “A UnB tem compromisso com a democratização e com a inovação. Daqui, surgiram ideias revolucionárias, como o PAS (Programa de Avaliação Seriada), as cotas e o sistema de ensino por créditos”, afirma Carlos Alberto. “A universidade tem em seu DNA a capacidade de luta e de aprimoramento. Precisamos recuperar a qualidade acadêmica. A UnB tem recursos e massa crítica para voltar a ser a melhor do Brasil”, finaliza Carlos Alberto.

Ivan Camargo diz que o grupo tem “simpatia” pelo modelo conhecido como 70-15-15, em que o voto dos professores tem peso de 70% e o de alunos e de servidores, 15% cada. José Geraldo foi eleito pela escolha paritária, com um terço para cada grupo. “Mas vamos respeitar o que o Conselho Universitário (Consuni) decidir. Vamos disputar independentemente das regras”, afirma o professor de engenharia.

Manifesto à Comunidade UnB


Nós, abaixo assinados, decidimos trazer as seguintes reflexões que balizam o lançamento do movimento “Eu sou UnB. UnB somos nós”:

Precisamos de um novo tipo de administração para a UnB, capaz de unir a nossa comunidade de docentes, técnico-administrativos e estudantes em torno de dois valores fundamentais: excelência acadêmica e compromisso com a sociedade.

A crise da UnB corresponde, sobretudo, à de uma comunidade dividida e politizada à margem desses valores fundamentais. Esta é a principal razão que a impede de dedicar-se com eficácia à sua missão.

Orgulhamo-nos da nossa história e dos valores democráticos do projeto de fundação da UnB que caracterizam uma politização generosa, acadêmica, destemida, inovadora, de compromisso com o desenvolvimento e com a solução dos mais candentes problemas nacionais. Mas é preciso deixar claro: somos contrários ao atual tipo de politização marcado pela atuação de grupos que tentam aprisionar os destinos da UnB aos seus interesses ou visões partidárias, ou que meramente se digladiam sem princípios na luta pelo poder.

Precisamos de uma nova administração capaz de restaurar e praticar uma nova política baseada em valores acadêmicos, na tolerância e na ética. A Universidade deve ser o local do respeito à diversidade e à pluralidade, estando a serviço do conhecimento e da sociedade. Sim, queremos fazer da UnB a melhor Universidade do Brasil e incluí-la entre as mais respeitadas do mundo. Esta construção não pode mais sofrer adiamentos.

Mas, é necessário dizer: a atual administração, eleita em um momento de profunda crise na UnB, frustrou as expectativas da comunidade. Porque, sem conseguir romper com a lógica de grupos, não pôde mobilizar as imensas energias criadoras da Instituição para enfrentar os seus problemas. Em consequência, tem falhado em manter o nível de excelência acadêmica e em conduzir uma gestão à altura das necessidades exigidas pela expansão da Universidade para cumprir a sua missão.

Julgamos que, para alcançar a excelência acadêmica e oferecer resultados para a sociedade, o esforço principal da próxima administração deverá ser a gestão. Uma gestão baseada em valores e em resultados acadêmicos e que, ao mesmo tempo, privilegie o mérito, a eficiência no uso dos recursos e um ambiente propício à troca de ideias e à liberdade de criação.

Se você anseia por uma mudança de rumos balizada por esses valores, nós o convidamos a participar desse movimento de renovação.

Traga suas ideias e contribuições!

Junte-se a nós!